Estrelinhas

quinta-feira, 23 de junho de 2011

ANJOS & DEMÔNIOS NO CAMINHO DE SANTIAGO. (Anna Sharp).

Anjo Guardião: V. já sabe qual é o seu anjo? (Clic): "Descubra seu anjo pelo mês de nascimento". (Monica Buonfiglio). Veja tb:“Conheça o Seu Anjo da Guarda".

Intróito: Lendo ou ouvindo falar sobre anjos e demônios, logo pensamos em figuras bíblicas do passado. No entanto, ainda hoje convivem conosco no cotidiano de nossa vida moderna. Carl Jung já dizia que o demônio pessoal se manifesta através de nossos personalíssimos humores, “(daí a animosidade!)” E destacava:

“Congratulamo-nos por haver atingido tal grau de clareza, deixando para trás todos os deuses fantasmagóricos. Abandonamos, no entanto, apenas os espectros verbais, não os fatos psíquicos responsáveis pelo nascimento dos deuses... Atualmente eles são chamados: fobias, obsessões, e assim por diante; numa palavra, sintomas neuróticos".

“Zeus não governa mais o Olimpo, mas o plexo solar e produz espécimes curiosos que visitam o consultório médico; perturba também miolos dos políticos e jornalistas, que desencadeiam pelo mundo verdadeiras epidemias psíquicas".

“Em lugar de convencer-se de que o 'daimon' é uma ilusão, deveria experimentar novamente a realidade desta ilusão. Deveria aprender a reconhecer essas forças psíquicas, e não esperar que seus humores, estados nervosos e idéias obsessivas próvem de modo penoso que ele não é o único senhor em sua própria casa”. [Cf. ‘O Segredo da Flor de Ouro’, p. 50/51. Vozes].

E Anna Sharp (amiga de Paulo Coelho) partilha suas experiências no Caminho de Santiago, em 'A Magia do Caminho Real’, que nos espelham reações e animosidades de nosso “daimon” pessoal. Ela nos mostra também como, em momentos de aflições, os anjos manifestam sua presença alentadora, através de pássaros.

Leia seu honesto e divertido relato e, (quem sabe?) você obtenha uma visão mais objetiva e atualizada sobre anjos e demônios, livre de preconceitos e antigos conceitos religiosos...
Luz, Amor e Paz! (Campos de Raphael).

‘Anjos e Demônios’ - (Anna Sharp).
“Por não estar acostumada aos hábitos espanhóis, caminhei durante uma eternidade de sete dias, sem encontrar ninguém"...

Acordava muito cedo, entre cinco e seis horas, e já partia, seguindo o mapa do caminho que atravessava bosques, montes e vales, passando por alguns povoados e poucas cidades grandes. Passei a mais horrível das solidões durante a primeira semana.

O medo terrível do desconhecido, atravessando florestas e subindo montanhas, seguindo trilhas que se perdiam dentro do mato, buscando as setas amarelas supostamente indicadoras do caminho, mas muitas vezes invisíveis, escondidas pela vegetação ou apagadas pelo tempo; passando por pueblos que pareciam fantasmagóricos com suas igrejas por vezes suntuosas, e casas medievais, portas e janelas sempre fechadas…

Não encontrava ninguém com quem pudesse conversar ou para me fazer sentir viva e construir, nem que fosse momentâneo, um laço de cumplicidade. Em alguns momentos pensava ter morrido, sem perceber, e vagar por mundos desconhecidos; em outros, vitima de algum encantamento, eu me tornava invisível; a cada momento passavam em minha mente mil fantasias de todas as ordens.
Sempre que chegava em algum povoado ou cidade, buscava, correndo, algum bar para comer ou me abastecer de comida. Os rostos estranhos me olhavam como se eu não existisse; tentava às vezes um sorriso como aproximação, mas sempre inutilmente.

Havia combinado, com Paulo [Coelho], ligar para certo número de telefone, de três em três dias, e dar a minha localização; quando isso acontecia, meu único contato com o mundo, mostrava-se lacônico ou indiferente aos meus esforços e queixas.

Passava por momentos de carência, quase enlouquecendo dentro daquela solidão total; a perda dos referenciais, a cada passo, me atirava mais e mais profundamente no desconhecido dentro e fora de mim.

Dentro de mim havia a certeza de que desta vez não haveria atalhos, nem ninguém para me dar “cola”. Minhas máscaras, assim como as lágrimas, foram caindo ao longo do Caminho, povoado apenas pela solidão.

Os rituais da Tradição e salmos através dos quais tinha que me dirigir a Deus, foram me distanciando Dele, até então amigo íntimo e companheiro de todas as horas; o 'Altíssimo' dos Salmos era um desconhecido para mim…
O Universo, simbolizado pela imagem de Cristo, com quem discutia, agradecia e pedia, parecia-me agora perdido num céu alto e distante, onde minha voz não era mais ouvida, por mais que berrasse e clamasse em direção ao Infinito. Ao vazio da paisagem árida que atravessava se unia agora o meu vazio interno…

Uma tarde, caminhando debaixo de um sol implacável, caí exausta sob o peso da mochila… Grossas lágrimas de desespero rolavam pelo meu rosto ardido e queimado pelo sol. Aquele vazio, a insegurança, o cansaço e o medo chegaram a níveis insuportáveis. Com uma semana apenas de caminhada, a impressão era de que já se havia passado anos desde que eu deixara o Brasil.

Soluçava alto como criança desamparada, amaldiçoando aquele “Senhor” que não me ouvia. Minhas forças haviam chegado ao final. Uma raiva incontrolável tomou conta de mim. Abri a mochila e aos arrancos tirei os rituais atirando-os fora, pisando, quebrando e rasgando os salmos, enquanto gritava e blasfemava com violência.
Perdi totalmente o controle, lançando-me no chão duro cheio de pedras e espinhos, sem nada sentir, berrando e xingando numa catarse nunca vivida antes… Durante muito tempo fiquei ali deitada na terra, chorando e pedindo ajuda, um sinal, um milagre, sei lá. Nada…

Nenhum sinal de vida, nem sequer uma formiga para me indicar algo. Lentamente me dei conta do ridículo da situação, e procurei me acalmar e raciocinar:

- Tenho que sair daqui – falei ameaçadora, enquanto assoava o nariz com a mão… Vou chegar ao primeiro povoado, tomar um ônibus para Madri e enfrentar o fracasso. Levantando e arrumando a mochila nos ombros machucados, assimilei a imensa lição que estava recebendo, ou melhor, havia procurado…

Decidi me livrar de um pouco do peso, já que ia voltar naquele mesmo dia, e tirei da mochila vários objetos, material de curativos das famosas bolhas nos pés dos peregrinos (e não tive nenhuma!), cremes, muda extra de roupa, deixando apenas o mínimo necessário.
O Paulo, então, é um grande mentiroso! Me apavorou com bolhas e me fez trazer agulha para costurá-las, que horror, como se eu fosse ter coragem para tanto; o papo furado de anjos e demônios. O que será que pretendia comigo, sabendo que na volta poderia desmascará-lo?

Que teatro ridículo, pensei revoltada. Um guiazinho de merda é o que ele é. Esse mestre nem deve existir, deve ser técnica de marketing para vender livros. Quem sabe não seria melhor combinar com Marli de ficar em Madri ou em Santander durante o resto do mês e deixá-los pensando que estou fazendo o Caminho? Enfim, a vida é minha e não devo explicações a ninguém…

Essa me pareceu uma idéia brilhante, que resolveria todos os problemas! Sim, claro, nem preciso contar a ninguém. A lição é só minha e não preciso me humilhar publicamente, pensei, sentando de novo no chão para articular melhor sobre como concretizar esse projeto...

Olhei os montes áridos e cheios de pedras vermelhas que me cercavam; o sol brilhava inclemente no azul do céu… Até onde minha vista podia alcançar, nem um arbusto, nem um verde, nem sombra de vida, nada se mexia no céu sem nuvens.

- Que terra maldita essa aqui. Morreu e não sabe – ironizei com raiva. – Talvez seja melhor ficar os dias que me faltam numa simpática pensãozinha de um povoado qualquer e até aproveitar para escrever um livro.
Estudei o mapa e vi que faltavam setecentos quilômetros até Santiago; a próxima cidade se chamava Fromista, onde pretendia chegar e ficar incógnita uns quinze dias. Em volta de mim, espalhados no chão, salmos rasgados e a colcha estraçalhada que deixava de herança para o próximo idiota que passasse por ali.

Tenho 700 quilômetros de vaidade e orgulho, pensei, me examinando honestamente. Que horror, tantos anos trabalhando internamente para me livrar dessas características e ai estavam elas, intactas.

- Setecentos quilômetros… Me senti presa, dentro da armadilha criada por mim mesma. O desejo era de voltar para casa, mas a vaidade e o orgulho não permitiam… Chorei rendida. Fui vencida… ninguém precisa saber, mas EU sei que fui vencida, não só pelo Caminho, mas principalmente pela vaidade que não me permite fazer o que quero: voltar para casa…
De repente me lembrei de Paulo [Coelho], de sua conversa ridícula sobre encontros com demônios e anjos pelo Caminho… Olhei receosa a minha volta sentindo uma tênue presença, talvez criada pela minha imaginação.

- É verdade – murmurei. – Aqui está o meu demônio… e o nome dele é VAIDADE.

Constatando a minha impotência, olhei mais uma vez tristemente para o mapa. Se eu desistir ninguém vai saber, mas “eu” perderei o respeito que consegui sentir por mim durante todos esses anos. Que fazer, meu Deus? Não agüento mais viver esse pesadelo e também não me permito desistir. Finalmente, chorando de impotência, vi que só me restava uma alternativa: seguir…

- Vou chegar! Nem que morra pelo caminho, eu vou continuar por causa dessa merda de vaidade imensa que me aprisiona. Desisto! Sou impotente perante mim mesma… nada do que fiz adiantou!

Levantei dolorida e decidida a ir de uma vez, enquanto examinava o corpo, arranhado pelos espinhos pequeninos da vegetação rala e rasteira; me arrumei o melhor que pude e levantei a mochila, ligeiramente mais leve. Ao colocar o chapéu de abas largas, observei um passarinho que dava voltas no ar…
Olhei extasiada para o primeiro sinal de vida que via em muitas horas. Subitamente, ele aproximou-se e pousou na mochila já em meus ombros… Parei de respirar, estarrecida. Fiquei imóvel durante o que pareceu uma eternidade.

Muito lentamente, fui virando a cabeça para não assustá-lo, enquanto o ouvia cantar; a cada segundo que passava, uma certeza louca penetrava em meu coração: é um sinal… É o Universo me respondendo, falando comigo, é meu Amigo que finalmente me ouviu!

Durante hora e meia andei acompanhada pelo passarinho, que ora pousava em mim, ora se afastava para um pequeno vôo, voltando alegremente em seguida. E tudo à minha volta havia mudado. O dia estava lindo! A natureza, antes gasta e árida, me aparecia agora uma velha senhora cheia de sabedoria e vida, com muitas histórias para contar, tentando me transmitir seus segredos seculares…

"A brisa suave trazia de longe o doce perfume das ervas e o silêncio me apaziguava, e agora desviava o pé quando encontrava qualquer inseto... percebendo-os como uma das infinitas formas da manifestação do Divino. 0 planeta emanava sacralidade. E me senti integrada ao Todo, plena e parte incontestável do Todo!".
[Extraído de 'A Magia do Caminho Real’, p. 70/77. Anna Sharp. Edit. Rosa dos Tempos].
Nota: Se quiser ver o relato na íntegra, (Clic): 'A Magia do Caminho Real’.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

SINAIS DE BRINCADEIRAS DOS ANJOS. (Terry Lynn Taylor).

Intróito: “Vivendo e aprendendo”. Minha conscientização de que os anjos estão aqui e agora a nosso redor, e não num céu distante, aconteceu após certa experiência com o anjo guardião, em 17.02.2001. E eu nem sabia que aquela data era um dos dias sob sua proteção, conforme antes já descrevi. Caso você queira vê-la, (Clic): "Anjos, Sinais & Coincidências".

Desde então passei a perceber os sinais de sua presença, em momentos inesperados. E em 2009, ao passar na porta de uma livraria em Nova Friburgo, uma pilha de revistas atrasadas me atraiu a atenção, porque a capa daquela que estava em cima mostrava dois anjos sob um portal. Era à do "Globo Ciência" de fevereiro de 1996, intitulada "O Enigma dos Anjos".
A coincidência de que 1996 foi quando nos mudamos de S. Paulo para Friburgo, não me passou despercebida e veio a intuição de abrir este Blog, "portaldeanjos"; e passamos a incentivar as pessoas a prestar atenção aos sinais angélicos na vida de todos nós.

E conosco ocorreu mais de uma vez através de comportamento inusitado de animais, pássaros ariscos e borboletas, para logo após sentir sua presença confortadora, bem-estar e paz.

A educação religiosa ocidental tende a induzir o temor aos anjos, figurados até com espada na mão ("espada" simboliza o discernimento). Tal visão ameaçadora, porém é superada por todos que experienciam o contato direto com os anjos ou sinais de sua amorosa presença.

Mas, os anjos podem até nos surpreender, quais crianças arteiras, com o seu senso de humor e inesperadas brincadeiras, como nos mostra a seguir o texto de Terry Lynn...
Luz, Amor e Paz! (Campos de Raphael).

Reconhecimento de Sinais das Brincadeiras dos Anjos (Terry Lynn Taylor).
"Distinguir e reconhecer a presença angélica é importante para manter vivo e significativo em sua vida o seu relacionamento com os anjos".

Na realidade, o trabalho de um anjo não passa de brincadeira. Quando deseja atrair anjos para a sua vida, você precisa reconhecer os sinais das brincadeiras, que significam que eles estão com você.

Uma significação de brincadeira é "movimento livre". A brincadeira não restringe nem controla ninguém. A brincadeira é um meio para a comunicação inter-espécies. Por exemplo, seres humanos e golfinhos brincam juntos, assim como cães, gatos e pessoas. Outro exemplo de comunicação através de brincadeiras é entre anjos e humanos...
A sincronicidade é um modo pelo qual os anjos brincam conosco. Para uma descrição detalhada da sincronicidade, leia sobre os agentes de sincronismo. Basicamente, sincronicidade é um evento coincidente que parece assumir um significado além do óbvio.

Quando os anjos estão brincando conosco, comunicam-se arranjando coincidências e encontros [significativos] favoráveis. Outra maneira é proporcionando humor em nossos momentos mais sérios. Os anjos até podem arranjar para que algo irresistivelmente engraçado ocorra bem no momento em que você não aguenta mais...
Sentimentos inexplicáveis de paz e de bem-estar significam que os anjos estão ao seu redor, brincando. Visualize-os brincando por toda parte, afastando pensamentos negativos e situações preocupantes que interferem na sua paz de espírito. Visualize os anjos agarrando os pontos negativos e transformando-os em positivos antes que alcancem você.

A boa sorte e a boa fortuna são jogos divertidos que os anjos jogam conosco. A sorte parece ser um dom do universo, mas na verdade criamos nossa própria sorte acreditando que a merecemos. Quando acreditamos e sabemos merecer boa sorte e fortuna, os anjos ajudam.

A razão pela qual a sorte é um jogo é o fato de envolver certo tipo de trabalho de nossa parte para jogá-lo. Como ao jogar qualquer jogo, há oportunidades que precisamos agarrar e ações que precisamos empreender para vencer. Os anjos simplesmente nos ajudam a compreender o que é sorte.

A esperança está presente quando os anjos estão por perto. Sempre há esperança. A esperança é uma semente que os anjos plantam em nossa consciência; eles a regam e fertilizam para que cresça e floresça em nossas vidas. A esperança e a fé podem curar doenças físicas e mentais. Elas nos dão a vontade para encontrarmos nosso caminho.
Brincar com os anjos pode nos dar a sensação de que somos tão leves que simplesmente poderíamos sair flutuando. A leveza é tão perceptível que podemos esquecer que temos um corpo. Experimentar essa leveza é pura alegria. É uma experiência suprema de amor. É um dom que os anjos nos concedem para que saibamos que eles estão por perto e que merecemos nos sentir bem.

Compreender e reconhecer os sinais que significam que os anjos estão brincando em nossa vida nos ajudam a prolongar os sentimentos positivos e nos levam a uma conexão mais profunda e íntima com eles.

Cada vez que pedir aos anjos para o ajudarem em alguma coisa, procure pistas de suas brincadeiras. E então agradeça e diga-lhes para continuarem brincando...
[Cf. 'Anjos - Mensageiros da Luz', p. 145/6. Terry Lynn Taylor. Pensamento].

segunda-feira, 13 de junho de 2011

ETERNAS PALAVRAS – (‘ETERNO’). Autor desconhecido.

"Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo,
mas com tamanha intensidade, que se petrifica,
e nenhuma força jamais o resgata!"

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência,
acenando o tempo todo,
mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras.
Difícil é segui-las.
Ter a noção exata de nossas
próprias vidas,
ao invés de ter noção
das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar
esta resposta, ou querer entender
a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir
quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade
de chorar ou chorar de rir,
de alegria.
Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos
com o que achávamos ter visto.
E admitir que nos deixamos levar,
mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer “oi” ou “como vai?”
Difícil é dizer “adeus”,
principalmente quando somos
culpados pela partida de alguém
de nossas vidas.

Fácil é abraçar,
apertar as mãos,
beijar de olhos fechados.

Difícil é sentir a energia
que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo
como uma corrente elétrica,
quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver,
sem ter medo do depois.
Amar e se entregar,
e aprender a dar valor
somente a quem te ama.

Falar é completamente fácil,
quando se tem palavras em mente
que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes
o que realmente queremos dizer,
e quanto queremos dizer...

Fácil é julgar pessoas que
estão sendo expostas
pelas circunstâncias.

Difícil é encontrar
e refletir sobre os seus erros,
ou tentar fazer diferente algo
que já fez muito errado.

Fácil é ser colega,
fazer companhia a alguém,
dizer o que ele deseja ouvir.

Difícil é ser amigo,
para todas as horas
e dizer sempre a verdade
quando for preciso.
E com confiança no que diz.


Fácil é analisar a situação alheia
e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar a situação
e saber o que fazer,
ou ter coragem pra fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência,
quando algo o deixa irritado.
"Difícil é expressar o seu amor a alguém
que realmente te conhece,
te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais"...

[Extraído de PPS, intitulado:‘Eterno’; (autor desconhecido). Formatado por: Orlei Antonio. E-mail: odossa@hotmail.com].
Luz, Amor e Paz! (Campos de Raphael).

sábado, 11 de junho de 2011

PRÓLOGO DE 'ASSIM FALAVA ZARATUSTRA'. (Nietzsche).

Anjo Guardião: V. já sabe qual é o seu anjo? (Clic): "Descubra seu anjo pelo mês de nascimento". (Monica Buonfiglio). Veja tb:“Conheça o Seu Anjo da Guarda".

Intróito: Este portal, qual pequena chama da vela brilhando na escuridão, visa apenas ser veículo de informação e instrumento dos anjos da Sincronicidade, mensageiros da "Luz que brilha nas trevas", que orientam amorosamente a todos os que se vêem em apuros na travessia do mar encapelado da vida.

Na atualidade em que vivemos num mundo conturbado, voltado para a aparência e valores transitórios, muitas pessoas tendem a sentir estranha insatisfação e a entrar em depressão, mesmo realizadas financeiramente ou após a aposentadoria, por faltar-lhes uma motivação mais profunda que preencha as suas vidas.

E considero bênção e dádiva divina poder hoje dedicar-me ao site "Ensinos-Luz" (magisterlux) e ao Blog "portaldeanjos", ambos sem fins lucrativos e livres da idéia religiosa tradicional, pois fundamentam-se em experiências diretas pessoais da presença angélica, aqui e agora, na vida de todos nós.

E incentivamos você o “ver e saber por si mesmo”, na busca de respostas mais amplas sobre o sentido por trás dos eventos da vida, na certeza de que virão, pois nossa própria experiência e longa caminhada espiritual de mais de quarenta anos, reafirma a sentença de sabedoria do 'I Ching': "Se você é sincero, obterá sucesso em seu coração"...

Preciso destacar, porém que as vivências conscientes com nosso anjo guardião começou apenas há cerca de dez anos. E somente após um retrospecto dos eventos desde a infância, foi que constatei a presença constante dos anjos da Sincronicidade, principalmente nas travessias difíceis da vida, orientando e ofertando conforto espiritual quando nossas almas necessitam de especial auxílio...

E conosco aconteceu palpavelmente a partir da experiência de quase-morte de minha esposa, ainda recém-casado. Mas, essa é outra história.

O que hoje vou abordar, porém é uma página em meios a eventos marcantes em 1977, já na casa dos quarenta anos. Na ocasião, foi que me veio às mãos o “Assim Falava Zaratustra", e o "Prólogo" me tocou profundamente. Agora me identifico ainda mais com sua alegoria, pois de certo modo também "desci das montanhas para viver entre os homens" e partilhar com eles de sagrada taça.

Por isso, hoje o transcrevo aqui. Mas lembre-se: a linguagem figurada de Nietzsche poderá melhor ser compreendida se ao ler "O Prólogo de Zaratustra", você seguir a recomendação de Dante para a leitura de sua 'Divina Comédia’:
Procure "lançar um olhar mais além da roupagem literária, para poder vislumbrar a doutrina de caráter universal que se esconde por trás da roupagem das palavras"...
Que a Luz, o Amor e a Paz estejam com você! (Campos de Raphael)

'O PRÓLOGO DE ZARATUSTRA' - Nietzsche.
"Aos trinta anos de idade, deixou Zaratustra sua terra natal o lago de sua terra natal e foi para a montanha. Gozou ali, durante dez anos, de seu próprio espírito e da solidão, sem deles se cansar"...

No fim, contudo, seu coração mudou; e, certa manhã, levantou-se ele com a aurora, foi para diante do sol e assim lhe falou:

"Que seria a tua felicidade, ó grande astro, se não tivesses aqueles que iluminas!

São dez anos que sobes à minha caverna; e já se te haveriam tornado enfadonhos a tua luz e este caminho, sem mim, a minha águia e a minha serpente.

Mas nós te esperávamos todas as manhãs, tomávamos de ti o teu supérfluo e por ele te abençoávamos.

Vê! Aborreci-me da minha sabedoria, como a abelha do mel que ajuntou em excesso; preciso de mãos que para mim se estendam.

Eu desejaria dar e distribuir tanto, que os sábios dentre os homens voltassem a alegrar-se de sua loucura e os pobres de sua riqueza.

Por isso, é preciso que eu baixe às profundezas, como fazes tu à noite, quando desapareces atrás do mar, levando ainda a luz ao mundo ínfero, ó astro opulento!

Como tu, devo ter o meu ocaso, segundo dizem os homens para junto dos quais quero descer.

Abençoa-me, pois, olho tranqüilo, que pode, sem inveja, contemplar uma ventura ainda que demasiado grande!

Abençoa a taça que quer transbordar, a fim de que sua água escorra dourada, levando por toda a parte o reflexo da tua bem-aventurança!

Vê! Essa taça quer voltar a esvaziar-se e Zaratustra que voltar a ser homem".
Assim começou o ocaso de Zaratustra...
Zaratustra desceu a montanha sozinho e sem encontrar ninguém. Mas, quando chegou às florestas, deparou repentinamente com um velho, que deixara a sua sagrada choupana para ir à procura de raízes no mato. E assim falou o velho a Zaratustra:

"Não me é desconhecido este viandante; passou por aqui há muitos anos. Chamava-se Zaratustra; mas está mudado. Naquele tempo, levavas a tua cinza para o monte; queres, hoje, trazer o fogo para o vale? Não receias as penas contra os incendiários?

Sim, reconheço Zaratustra. Puro é seu olhar e não há em sua boca nenhum laivo de náusea. Não será por isso que caminha como dançarino? Mudado está Zaratustra, tornou-se uma criança, Zaratustra despertou Zaratustra; que pretendes, agora, entre os que dormem?

Vivias na solidão como num mar e o mar te transportava. Ai de ti, queres ir a terra? Ai de ti, queres novamente arrastar tu mesmo o teu corpo?"

Zaratustra respondeu: "Amo os homens".

"E por que foi, então", disse o santo, "que eu me recolhi à floresta e ao ermo? Não foi porque amei demais os homens?

Agora, amo Deus, não amo os homens. Coisa por demais imperfeita é, para mim, o ser humano. O amor aos homens me mataria".

Zaratustra respondeu: "Por que fui falar de amor! Trago aos homens um presente"... "Não lhe dês nada", disse o santo. "Tira-lhes, de preferência, alguma coisa de cima e ajuda-os a levá-la; será o que de melhor poderás fazer por eles, se for bom para ti.

E se queres dar-lhes alguma coisa, que não seja mais do que uma esmola; e, mesmo assim, só depois que a mendiguem".

"Não", respondeu Zaratustra, "eu não dou esmolas. Não sou bastante pobre para isso"...

Riu o santo de Zaratustra e falou assim: "Trata, então, de que aceitem os teus tesouros! Eles desconfiam dos solitários e não acreditam que os procuremos para presenteá-los.

Por demais desacompanhados, para eles, ecoam nossos passos nas ruas. E, quando, à noite, em suas camas, ouvem alguém caminhar muito antes que o sol desponte, perguntam a si mesmos: 'aonde irá esse ladrão?'

Não vás para junto dos homens, e fica na floresta! Vai ter, antes, com os animais! Por que não queres ser como eu - um urso entre os ursos, um pássaro entre os pássaros?"

"E o que faz o santo na floresta?", indagou Zaratustra.

O santo respondeu: "Faço canções e as canto; e, quando faço canções, rio, choro e falo de mim para mim: assim louvo Deus. Cantando, chorando, rindo e falando de mim para mim, louvo o Deus que é o meu Deus. Mas, tu, que nos trazes de presente?"

Ao ouvir essas palavras, despediu-se Zaratustra do santo, dizendo: "Que teria eu para dar-vos? Mas deixai-me ir embora depressa, antes que vos tire alguma coisa!"

E assim se separaram, o velho e o homem, rindo como dois meninos...
[Extraído de 'Assim Falou Zaratustra', p. 27/29. Civilização Brasileira. 1977].